YANTRAS marjoriejonsson
Mandalas Tradicionais: A Fonte Original de Sabedoria que Influenciou Carl Gustav Jung.
Você sabia que os mandalas tradicionais do Oriente influenciaram profundamente Carl Jung, transformando sua abordagem terapêutica? Nesta postagem, exploramos o fato de que Jung adaptou essas práticas ancestrais para a psicologia ocidental e o que realmente distingue os mandalas tradicionais dos usados na terapia de Jung. Esta é uma jornada fascinante pela interseção entre espiritualidade e psicologia.
Olá queridas praticantes do Mandala Sagrado. Aqui quem escreve é Marjorie.
Li recentemente uma frase na internet que me inquietou, a pessoa dizia: “Jung é o pai dos mandalas”.
Será?
Talvez possamos dizer que Jung é o pai dos mandalas no contexto da arteterapia do ocidente. Mas note que historicamente Jung descobriu os mandalas através das tradições espirituais do Oriente e fez uma adapção para o seu contexto médico-psiquiátrico.
Não sou psicóloga, nem mesmo especialista em Jung, mas precisamos entender os contextos onde nosso estudo dos Mandalas Tradicionais estão inseridos aqui no Brasil.
Índia: Jung viajou para a Índia em 1937-1938, onde se encontrou com estudiosos e praticantes de tradições espirituais hindus e budistas. Ele se interessou particularmente pela filosofia indiana, yoga e meditação, que contribuíram para seu entendimento dos mandalas como representações simbólicas da totalidade e do self. Fonte: “Jung: A Biography” de Deirdre Bair.
De Yantras a Ferramentas Terapêuticas Junguianas: A Jornada dos Mandalas na Psicologia de Jung.
Carl Jung foi influenciado pelas tradições orientais, mas ele adaptou o uso dos mandalas para se adequar à sua abordagem psicológica e terapêutica. Na verdade, há diferenças significativas entre o uso dos mandalas por Jung e o uso tradicional dos mandalas no Oriente. Vamos explorar isso mais detalhadamente:
Uso dos Mandalas por Jung:
- Ferramenta Terapêutica: Jung usava os mandalas como uma ferramenta terapêutica projetiva. Ele encorajava os pacientes a desenharem mandalas para explorar e expressar seu inconsciente.
- Autoconhecimento e Individuação: Os mandalas serviam como símbolos da totalidade psíquica e eram usados para promover a individuação, ajudando os indivíduos a integrarem diferentes aspectos de sua personalidade.
- Expressão Pessoal: O foco estava na expressão pessoal e na interpretação simbólica das imagens criadas pelos pacientes, refletindo seu estado psicológico interno.
Uso Tradicional dos Mandalas no Oriente:
- Instrumento de Meditação: Nas tradições hindus e budistas, os mandalas são usados como instrumentos de meditação e práticas espirituais. Eles são concebidos como representações simbólicas do cosmos e da mente.
- Iniciação Espiritual: Os mandalas são usados para guiar os praticantes em suas jornadas espirituais, ajudando-os a alcançar estados mais elevados de consciência e iluminação.
- Estrutura e Simbolismo Fixo: Os mandalas orientais, como os yantras hindus e os mandalas tibetanos, têm estruturas e simbolismos mais fixos e tradicionais, com significados específicos.
Convergências e Diferenças:
- Convergências: Tanto Jung quanto as tradições orientais reconhecem os mandalas como símbolos de totalidade e integração. Ambos os usos envolvem aspectos de autoconhecimento e exploração da mente.
- Diferenças: Jung adaptou os mandalas para um contexto terapêutico e psicológico, focando na expressão individual e na análise simbólica pessoal. No Oriente, os mandalas são usados em práticas que visam a expansão da consciência e a transcendência do ego. O ponto central do yantra representa o ponto de origem ou a unidade cósmica. Desenhar mandalas de acordo com a transmissão tradicional dessa origem filosófica oriental é visto como um caminho para se conectar com a consciência universal. Mandalas tradicionais possuem estruturas e simbolismos mais definidos e fixos.
Existem Paralelos no Oriente?
Embora o uso dos mandalas por Jung seja único em seu contexto terapêutico ocidental, algumas práticas orientais permitem uma exploração mais pessoal e criativa dos mandalas, especialmente em certas formas de arte meditativa e práticas espirituais que incentivam a criação pessoal de mandalas como forma de meditação e autoexploração. No entanto, mesmo nessas práticas, o contexto espiritual e meditativo é geralmente mais proeminente do que o enfoque terapêutico psicológico de Jung.
Em resumo, Jung foi influenciado pelo simbolismo e pelo uso espiritual dos mandalas no Oriente, mas ele desenvolveu uma aplicação distinta, que se alinha com suas teorias psicológicas e práticas terapêuticas.
C.G.Jung.
” Mas não devemos esquecer que só bem pouquíssimas pessoas são artistas da vida, e que a arte de viver é a mais sublime e a mais rara de todas as Artes.”
C.G.Jung.
A Natureza da Psique.
1986.
2. Edição. Vozes.